Uma tradição que sempre intriga é o Natal no Brasil. A gente absorveu o modus operandi dos gringos de receber o Papai Noel, montar árvores com enfeites e comer… peru a-s-s-a-d-o! Na maior parte do país, o final de dezembro é uma das épocas mais quentes do ano e ainda sustentamos a tradição de assar no forno uma carne que demora 6h para ficar pronta, esquentando a cozinha, a casa e colocando toda a família pra trabalhar no dia que, em tese, é o mais solidário e harmonioso do ano. Pra quê?
A tradição começou nos EUA, no século XVII, porque o peru é uma carne barata, serve muita gente (sem doer no bolso) e engorda bastante, se transformando no símbolo da fartura e ajudando a manter a temperatura do corpo num frio de matar. Claro que essa tradição chegou aqui quando o Brasil ainda era colônia e nós ainda não desatamos esse nó completamente sem sentido. E o chester? Pior ainda! Ele é um frango geneticamente modificado pra oferecer a carne mais gostosa pro paladar de quem ama o Natal: tem menos gordura e mais proteína. E me conta: pra que criar um animal e modificá-lo geneticamente para um dia de empatia, amor e confraternização? Sente a loucura!
Fato é que o Brasil deveria chutar o balde das tradições natalinas e criar um novo momento sem neve, ursos polares, Papai Noel vindo do frio, renas, peru… Somos tropicais, minha gente!
Podemos ter um Papai Noel com roupa de banho, onças pintadas, muito sol e água de coco e sem carnes que demoram o dia inteiro no fogo! O verão chega quase juntinho com a data, que tal investir em frutas da estação? Abacaxi, cereja (oba!), figo, lichia, melancia, maracujá, romã… tantas e tantas receitas maravilhosas com tudo que o verão dá para o Brasil, pra que ainda repetir um padrão completamente diferente do nosso?
Mais empoderamento, meu povo! Tudo com muita farofa por favor, obrigada! Bora ressoar Jorge Ben nesse natal brasileiro, amor, com samba e muita hidratação! E feliz ano novo :)
Em 1º de Janeiro de 2015 nascia o Menos 1 Lixo, um desafio pessoal da Fe Cortez, de produzir menos lixo e provar que atitudes individuais somadas constroem um mundo mais sustentável.