Por Fe Cortez
Eu sou a louca do sebo! Sério, amo sebo num grau!!! Sou uma devoradora de livros, repasso muitos deles e amo comprar livros usados. Só compro novo quando não acho na estante virtual ou é algum lançamento. A experiência do livro usado me encanta muito. Acho o máximo quando o leitor anterior faz uma marcação nas páginas, sublinha, faz uma nota na lateral. Dá um outro sabor à leitura, justamente porque ele já vem com memória. Uma memória de uma pessoa que eu nunca vi, que eu não sei quem é e isso também dá margens a pensar quem seria aquela pessoa que marcou justamente aquela frase, o que essa pessoa pensou quando terminou o livro, e por aí vai. E essa lógica do objeto com memória muitas vezes fica restrita a um livro ou a uma compra em brechó de um look lindo que você vai usar. VOCÊ! Porque pensa bem, pega mal dá um presente usado pra outra pessoa né? Não!
A lógica do presente novo, de comprar uma coisa que a pessoa possa trocar se não gostar, foi também inventada por uma indústria que precisa produzir e escoar a produção. Mas isso não garante que a pessoa vai amar aquele presente ou aquela loja. Todo mundo tem um tio(a) ou avó(ô) que ama dar um presente que você nunca vai usar, de uma loja do bairro (dela (e)) que você nunca vai trocar. Natal então é batata sair da festa com uns troços esquisitos que você recebe com aquele sorriso amarelo e pensa, poxa vó, se vc me desse aquele colar que vc usava quando era nova e que eu amo, seria um presente lixo zero, lindo, e com memória. Quer melhor? Pois é, eu já adotei o presente com memória há muito tempo! Quem me conhece sabe que eu dou de presente coisas que foram minhas, que significaram muito pra mim, mas que agora não combinam mais com meu estilo, ou que já exerceram um papel na minha vida. É comum amigos virem aqui em casa, olharem uma coisa e me pedirem e eu dar naquele momento ou em uma data especial. Mas eu ainda não tinha achado um nome assim tãooo lindo como presente com memória, até ler um post no Trash is for Tossers essa semana que me deu aquele AHA! Pensei nesse nome como uma forma de colocar em palavras aquele sentimento que vem junto desse presente. Nesse post a Lauren Singer, adepta do estilo de vida lixo zero (que eu falei no primeiro vídeo do Dicas da Fe Cortez) fala sobre gifting forward (numa tradução livre algo como presentar adiante, e como isso faz do presente, algo muito mais especial do que simplesmente entrar numa loja e comprar alguma coisa.
O que você deve levar em consideração sobre o Presente com Memória:
Dito isso, vamos a ideias de presentinhos com memória?
Livros incríveis que você amou!
Esse eu já pratico sempre, e a Lauren também indica como top 1 no quesito presente com memória!
Roupas e acessórios em geral
Tem sempre aquela blusinha ou colar que você usa e aquela amiga fala: quando não quiser mais me dá? Olha a oportunidade aí minha gente!!!
Quadros e objetos de decoração
Tem sempre aquele quadro ou enfeite que você amou muito, mas que não combina mais com seu momento de vida atual. E tem sempre aquele amigx que paquerava seu objeto. Olha a oportunidade de unir o útil ao agradável!!!
Uma plantinha do seu jardim
Tem mais amor envolvido do que cuidar de uma planta? Acho que não né. E nesse momento mudanças climáticas e calor dos infernos PRECISAMOS tornar nossas vidas e nossas cidades mais verde. Vai de plantinha! Ou qualquer outro objeto que você tenha muito amor envolvido, mas que a relação já tá no fim, sabe? rs. Se joga e deixa essa energia fluir. Assim você renova a vibe da sua casa, resolve aquele presente de última hora, faz alguém muito feliz e ainda cria um oportunidade de contar essa história pra quem vai receber, num cartão lindo contando tudo isso de próprio punho - em tempos de whatsapp, receber cartão é tipo O presente né galera! Espero que o Natal de todxs seja bem alegre, cheio de experiências e amor, e com menos plástico, embrulhos, lixos, e presentes desnecessários. A gente fez inclusive uma série de matérias bem boas pra te inspirar!
Em 1º de Janeiro de 2015 nascia o Menos 1 Lixo, um desafio pessoal da Fe Cortez, de produzir menos lixo e provar que atitudes individuais somadas constroem um mundo mais sustentável.