Em 2015, a Fe visitou o Refettorio Ambrosiano, na Itália, um projeto com objetivo de usar alimentos que iriam para o lixo para alimentar moradores de rua de Milão. É super bonito e a Fe mostrou tudo lá no youtube, dá um play:
Massimo Bottura, o chef italiano que idealizou o Refettorio Ambrosiano, veio ao Rio de Janeiro durante as Olimpíadas e convidou vários colegas de trabalho, como a Roberta Sudbrack e o Felipe Bronze, para implementar a ideia no Brasil. O RefettoRio, na Lapa, foi pensado em parceria com o David Hertz da ONG Gastromotiva e com a jornalista Ale Forbes para servir 5.000 refeições gratuitas aos moradores de rua da cidade durante os jogos olímpicos. O projeto rola até hoje, de segunda à sexta, funcionando como um restaurante-escola para novos chefs e você pode se candidatar como voluntário, contribuindo por essa iniciativa tão bonita e necessária. Dá uma olhada aqui.
Você já deve ter reparado que o problema da fome não é necessariamente a falta de alimentos, né? A má distribuição e o desperdício de comida são os protagonistas dessa equação. Já se deu conta de quanta comida jogamos fora na nossa casa? Essa semana, a Fe Cortez falou sobre as vantagens de comprar a granel e como fazer isso sem usar descartáveis, já viu? Além de comprar alimentos mais frescos, você também leva pra casa a quantidade que precisa, evitando jogar “fora” lixo plástico e comida.
Estima-se que 39.000 toneladas de comida são desperdiçadas por dia no Brasil! O número é o suficiente para alimentar 19 MILHÕES de pessoas nas três refeições diárias. O número envolve também os mercados, as fábricas, indústrias, feiras e fazendas e vale lembrar que o supermercado é capaz de jogar fora alimentos perto da validade ou com embalagens danificadas. É claro que os restaurantes e as grandes indústrias têm um importante papel nesse problema, mas a gente também tem responsabilidade dentro da nossa casa.
O relatório da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) publicado em setembro desse ano relatou que a fome é um problema mundial que tem crescido, alcançando 11% da população em 2016: 815 milhões de pessoas estavam no grupo da fome, um aumento de mais de 38 milhões de pessoas em relação a 2015. Do total de desperdício, 46% ocorrem durante a distribuição, o processamento e o consumo do alimento e os outros 54% acontecem antes de ir para os mercados, durante a manipulação e o armazenamento.
Foto da FAO[/caption] Os números são bem alarmantes: das 815 milhões de pessoas famintas no mundo, 42 milhões estão na América Latina e no Caribe, 243 milhões no continente africano e 520 milhões na Ásia. Foi o primeiro relatório da ONU depois das resoluções da Agenda 2030, em setembro de 2015, com a finalidade de acabar com a fome e a desnutrição em 15 anos. Na nossa casa, ⅓ da comida que compramos vai pro lixo, além de todas as verduras e frutas que passam do tempo nos supermercados que também vão fora. Já pensou como seríamos capazes de contribuir positivamente com o cenário da fome prestando atenção no desperdício de comida dentro de casa? O consumo consciente é uma ferramenta poderosa: comprando a quantidade de comida que você precisa, não tem porque desperdiçar nada. É importante também refletir sobre o que tem na geladeira e aproveitar ao máximo todos os alimentos. Não faz sentido qualquer pessoa morrer de fome em 2017 e nós podemos ser responsáveis por isso. Bora fazer a nossa parte?
Em 1º de Janeiro de 2015 nascia o Menos 1 Lixo, um desafio pessoal da Fe Cortez, de produzir menos lixo e provar que atitudes individuais somadas constroem um mundo mais sustentável.