Amazofuturismo: o poder econômico da Amazônia de pé

Amazofuturismo: o poder econômico da Amazônia de pé

Publicado em:
20/7/2022
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Quando o papo é Amazônia, infelizmente a pauta rotineira inclui queimadas, desmatamento, violência e pessimismo. Mas não é só disso que a Amazônia é feita, viu? Vamos mudar a lente pra uma mais otimista e falar sobre a potência dessa floresta?

Cerca de 25,5 milhões de pessoas vivem na região da Amazônia. São populações ribeirinhas, populações tradicionais, povos indígenas, quilombolas e agricultores familiares que protegem a floresta enquanto permitem que o Brasil (e o mundo!) conheça os produtos incríveis que só a biodiversidade amazônica pode proporcionar. 

O potencial econômico da Amazônia é tanto que já rolaram alguns estudos tentando calcular quanto ela rende ao Brasil e ao mundo: segundo um deles, são cerca de R$ 7,67 trilhões por ano em valor bruto. 

Tá, mas o que isso quer dizer na prática? Quer dizer que a resposta não é derrubar árvore pra plantar monocultura ou criar gado. Já existem estudos que comprovam que a sustentabilidade é mais rentável do que o mercado das commodities. O açaí, por exemplo, pode render US$ 1,5 mil por cada hectare manejado, enquanto a soja rende US$ 200 por hectare. 

Só que pra essa abundância e riqueza beneficiar todos os envolvidos, "não tem como manter a floresta de pé sem gerar renda para a população local", como diz Mariano Cenamo, do Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Idesam). 

É aí que entram em cena os povos da Amazônia, colocando seus saberes ancestrais e sua relação com a floresta pra jogo. Essa é a tal da bioeconomia, que tem como premissa produzir sem esquecer da conservação dos recursos da floresta e da inclusão, sempre ética, dos povos que vivem dela.

Os exemplos de sucesso não são poucos, e a gente trouxe alguns pra você:

  • Na Resex do Alto Juruá, no Acre, 36 extrativistas de látex são responsáveis pela produção de 11 toneladas de borracha, em média, por ano.  
  • A Castanha-do-pará é a principal fonte de renda e sustento dos indígenas Wai Wai em Roraima. Em 2020, 65 toneladas de castanhas foram comercializadas pelos Wai Wai, por meio de contratos que chegaram a R$ 300 mil.
  • A pimenta Baniwa envolve saberes ancestrais e empodera mulheres na terra Indígena Alto Rio Negro (AM). Entre 2012 e 2017, foram vendidos 20 mil potinhos da pimenta.
  • Na região Norte do estado do Pará, conhecida como Calha Norte do Rio Amazonas, as extrações de castanha, cumaru e copaíba realizadas por indígenas, quilombolas e assentados movimentaram em 2020 cerca de R$ 530.000,00.
  • Em 2019, foram comercializados R$ 4,8 milhões em farinha, R$ 536,4 mil em guaraná, R$ 208,1 mil em cacau, R$ 3,8 milhões em banana e R$ 1,7 milhão oriundos da agricultura familiar no Amazonas. 

Ufa! E esses são só alguns exemplos. Tem muuuito mais coisa rolando na Amazônia, e a boa é entender que tudo isso tá diretamente conectado com o resto do Brasil. A floresta de pé é vital pra humanidade, por isso, fomentar esse sistema também é importante. 

Você pode ajudar a economia da floresta de pé sem sair da sua cidade consumindo produtos extraídos e feitos de forma ética, pensando e em toda a cadeia produtiva. Opções não faltam, viu? O Origens Brasil, por exemplo, é uma iniciativa que conecta empresas a cadeias produtivas sustentáveis em áreas de conservação na Amazônia. Os produtos dessa parceria têm garantia de origem, transparência e rastreabilidade da cadeia produtiva. 

Agora você já sabe e tem números pra provar: a floresta vale muito mais de pé do que derrubada. 

Fontes: [1], [2], [3,], [4], [5], [6], [7], [8]

Menos1Lixo
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