Já se imaginou vivendo em um planeta sem lixo? Nele, o design dos produtos seria pensado para circular novamente ou se decompor após pouco tempo de uso. Todo material descartado seria visto como matéria prima para se transformar em outras coisas. E os profissionais catadores seriam vistos como os principais responsáveis por essa mudança acontecer, sendo reconhecidos por governos e autoridades como grandes agentes de transformação. Incrível, né?
Ainda vai levar um tempo para esse ideal de mundo sem resíduos acontecer. Agora, valorizar os profissionais coletadores é algo que rola começar pra ontem. Como? Além do respeito e outros fatores que já falamos aqui, pensar que outra pessoa irá manusear os objetos que você descarta é um bom começo.
O catador é responsável por grande parte do fluxo de reaproveitamento de embalagens no Brasil. Os profissionais coletam 90% de tudo que é reciclado atualmente. A Francieli Silva trabalha com coleta de resíduos no centro de São Paulo. Ela faz parte do programa Cataki, movimento parceiro do Pimp my Carroça, para aumentar a renda e empoderar o trabalho do catador. O movimento gira em torno do tema "dar visibilidade a quem já é protagonista", como eles mesmos manifestam.
E tendo em vista que catadores e catadoras realizam a parte mais importante da cadeia de reciclagem, mas acabam sendo os menos reconhecidos e com menor remuneração, a informação pode fazer esse jogo virar. A Francieli nos trouxe algumas dicas práticas envolvendo a latinha de alumínio, justamente por ser um objeto de desejo e consumo intenso no verão, para realizar a separação do lixo e o cuidado com objetos cortantes.
Confere as dicas abaixo e lembre-se: se for beber, #VADELATA
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Legenda: Francieli Silva, coletadora cadastrada no Cataki.
1 Descartar embalagens com restos
Sabe aquele velho hábito de colocar bituca na latinha? Ele vai ficar no passado a partir de agora. O mesmo vale para papéis, canudinhos, restos de comida ou qualquer outro dejeto. Esse tipo de situação, involuntária muitas vezes, faz a diferença no dia a dia do catador. Imagine que esses restos de bebida acabam entrando em contato com outros restos e tudo isso se transforma em chorume. Para quem manuseia os rejeitos, normalmente sem equipamentos adequados, acaba sendo desagradável e perigoso para a saúde.
Lembre-se de dar aquela lavadinha com a água escorrida da louça antes de eliminar a latinha. Ou se certificar de que não há nada dentro dela.
2 Não diferenciar os sacos de material reciclável e orgânico
Para quem separa o lixo isso parece coisa de outro mundo. Mas espera aí, apenas 17% dos brasileiros têm acesso à coleta seletiva pública. Ou seja, grande parte de nós depende do trabalho dos catadores para inserir novamente o que consumimos na cadeira de produção.
E nesse processo, o lixo precisa estar separado. De um lado a matéria orgânica, que se decompõe mais rápido, inclusive você pode compostar esses alimentos em casa quando quiser. Do outro lado, o resíduo seco, de caráter importantíssimo pra cadeia de reciclagem. Misturar lixo orgânico com lixo seco dificulta muito esse processo, além de colocar em risco - mais uma vez - a saúde do catador. Ninguém gosta de mexer em coisa nojenta, né? O catador também não.
3 Objetos cortantes desprotegidos
Mesmo que o coletador esteja protegido com as luvas, ao manusear um material cortante, ele corre o risco de sofrer um acidente.
A sugestão da Francieli é a seguinte: quando o descarte envolver vidro, pegue uma garrafa pet e corte ela ao meio, fazendo com que o vidro quebrado fique armazenado aí mesmo. Depois é só juntar as duas partes, lacrar com fita ou outro material. Assim o catador saberá que isso é um vidro quebrado e estará protegido.
Gostou das dicas? Então vem saber mais sobre o trabalho incrível que o Cataki promove.
E lembrando sempre que não existe embalagem perfeita. Existe aquela com o menor impacto para as pessoas e para o planeta. O VADELATA é um movimento que apoia o consumo consciente no Brasil. Fique por dentro!
Em 1º de Janeiro de 2015 nascia o Menos 1 Lixo, um desafio pessoal da Fe Cortez, de produzir menos lixo e provar que atitudes individuais somadas constroem um mundo mais sustentável.