Hoje é o Dia Internacional do Sol, um dia pra gente celebrar a vital importância dele pra nossa vida. No final do ano passado, fizemos um vídeo inteirinho dedicado ao protetor solar e os impactos dele pra nossa saúde e especialmente pro meio ambiente, na websérie Verão com o Menos 1 Lixo. Dá um play pra assistir
E nesse vídeo, uma galera pediu a opinião de um profissional, já que é um assunto bem delicado e carente de informações confiáveis por aí. Verdade! Acolhemos esse pedido e convidamos a dermatologista Luiza Archer, que respondeu as principais dúvidas sobre o assunto pra gente por aqui. Vamos começar do começo?
Os protetores solares químicos têm vários ativos que podem ser prejudiciais pra nossa pele, especialmente pelo uso a longo prazo e são muito perigosos pro meio ambiente, especialmente pros animais marinhos. Os principais componentes do protetor solar químico são:
oxibenzona | presente na maioria dos protetores, ela tem o papel de absorver a radiação UVA e UVB. Ela pode atuar como um disruptor endócrino e sobrecarregar o nosso sistema. Pode favorecer a mutação celular e, então, um câncer de pele. Além disso, existem consequências a longo prazo que ainda desconhecemos. A oxibenzona também estimula a liberação dos radicais livres na pele e favorece o envelhecimento do corpo (e isso vai muito além da estética, é um problema de bom funcionamento dos nossos sistemas todos).
Pro planeta, a oxibenzona também é um perigo, já que danifica o DNA dos corais e pode afetar o sistema neuro endócrino dos animais. Ela é uma substância que não é filtrada nas estações de água e esgoto (que nem a purpurina, lembra?) e contamina rios, oceanos e lençóis freáticos mesmos depois que a gente tira da pele.
Metoxicinamato de octila | estimula a liberação de radicais livres e tem efeito fototóxico, ou seja, pode predispor a uma dermatite em contato com a luz. Também é bastante prejudicial aos corais.
Também estão presente octocrileno, avobenzone e omosalate, que também apresentam toxicidade a longo prazo por uma bio acumulação. E nenhum deles tem substâncias biodegradáveis, o que favorece esse efeito nocivo à natureza e principalmente aos ecossistemas marinhos.
Os protetores químicos têm todas as substâncias perigosas que acabamos de falar. De uma maneira geral, eles absorvem a radiação solar antes que penetre na pele, fazendo com que a radiação seja menos agressiva.
Os filtros físicos não absorvem na nossa pele a radiação, criam apenas uma barreira física na nossa pele. Eles têm como dois principais ativos o óxido de zinco e o dióxido de titânio, que são mais suaves na nossa pele. Eles não podem ser considerados um produto natural, porque não tem 95% dos ingredientes naturais aqui no Brasil, mas a maioria deles já é livre de parabenos e são veganos, sem derivado de petróleo, o que faz com que sejam mais suaves e menos agressivos pra nossa pele.
Um problema que acontece nos filtros físicos é a questão da dificuldade de espalhabilidade, Eles são mais esbranquiçados e fazem uma barreira de proteção, deixando a pele beeeem branquinha. A pasta d'água tem um outro problema que é a composição: muitas vezes ela é composta de dióxido de zinco, mas às vezes os parabenos são adicionados como conservantes. Os parabenos também têm essa composição de disruptura endócrina, com consequências a longo prazo que a gente desconhece. Eles são muito alergênicos.
Além disso, um dos principais desafios tanto da pasta d’água como do filtro físico é a cor, que não abraça pessoas de pele morena e escura.
A reaplicação ideal é de 2 em 2 horas, bem espalhadinho, quando a gente tá na praia, na piscina ou fazendo exercícios físicos. Na rotina, aplicar de 4 em 4 horas tá de bom tamanho.
Segue as dicas da Luiza:
o ideal é uma colher média pro rosto todo
1 colher média pra cada braço
1 colher média pra parte da frente do tronco
1 colher média pra parte de trás do tronco
2 colheres médias pra cada perna
evitar os horários de sol entre 10:00 as 16:00, usar roupas de proteção UV e respeitar o seu tipo de pele: o sol é terapêutico e ir a praia é uma delícia, mas não precisa se bronzear como um lagarto o dia todo, né?
Não existe nenhum alimento que possa substituir um protetor solar, mas os anti-oxidantes ajudam no combate à liberação dos radicais livres, que são estimulados quando ficamos na exposição do sol.
São seguros, desde que com fator de proteção cima de 30, tá? E com as mesmas regras de reaplicação dos protetores solares convencionais.
Pode sim, só ter mais atenção na reaplicação dele
Seria um sonho se, além de todas as maravilhas que ele proporciona pra gente, o óleo de coco ainda pudesse nos proteger do sol. Mas não existe comprovação de fotoproteção nele, tá? Então, por enquanto, é fake news :)
Tem mais alguma dúvida? Escreve pra gente! :)
Ah! E lembra de separar a embalagem do protetor solar pra que ela tenha a possibilidade de ser reciclada ou entra em contato com a marca pra entender o programa de logística reversa dela, tá?
Em 1º de Janeiro de 2015 nascia o Menos 1 Lixo, um desafio pessoal da Fe Cortez, de produzir menos lixo e provar que atitudes individuais somadas constroem um mundo mais sustentável.