É um movimento que cuida da percepção de que o capitalismo não pode ser um sistema de exploração e coerção, mas um espaço de cooperação e trocas. Afinal, empresas são espaços de aprendizado e crescimento pessoal e coletivo, e são fundamentais quando pensamos em transformações de muitos em pouco tempo.
A criatividade humana, em parte individual, mas sobretudo de caráter colaborativo e cumulativo, está na raiz de todo o progresso econômico. E nós precisamos resgatar aquilo que o capitalismo sempre foi: o mais poderoso e criativo sistema de cooperação social e progresso
Essa é uma frase grifada do livro que carrega todo esse movimento, o "Capitalismo Consciente", escrito por John Mackey e Raj Sisodia, fundadores do movimento global. Eles ainda provocam: quem defende o capitalismo como um sistema que não olha pra nada além do lucro, se esquece da necessidade humana de se cuidar, ser cuidada e de cuidar. O lucro pode ser um objetivo inerente do sistema, mas a exploração não. Então, de que vale acumular tanto, se a organização é gerenciada pelo medo e pelo estresse? Se o amor é poderoso... pensa a potência de um negócio gerido por ele?
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Pra mudar esse paradigma, precisamos entender que uma empresa que se propõe a exercer um modelo econômico focado no bem-estar das pessoas, alguns pilares são importantes e o primeiro deles é a definição de um propósito maior. Ou seja, para produzir impacto positivo, precisamos de um objetivo à altura. Um propósito é responsável por colocar essa empresa no mundo e pelo engajamento de quem se relaciona com ela. É o grande "por que" de uma empresa
Propósito é a declaração definitiva sobre a diferença que você está tentando fazer no mundo.
Todos os atores são importantes. Afinal, estamos todes conectadores e interdependentes. O propósito perpassa também os stakeholders, multiplicando valores de cuidado e inovação pra rede.
Não há negócio consciente sem uma gestão que compactue com esse caminho. Uma liderança consciente exerce inteligência emocional, analítica e coletiva, ou seja, uma inteligência sistêmica com o que acontece na organização e como lidar com conflitos e questionamentos dentro e fora dela.
Conectada à gestão consciente está, claro, a cultura organizacional consciente. Ela garante estabilidade e alinhamento dos colaboradores e tomadas de decisão mais rápidas e assertivas. É a cultura que cuida do propósito, ou seja, garante que a empresa vai seguir no caminho da evolução e da mitigação de impacto. É um compromisso coletivo com o propósito.
Não existe propósito 'certo' para todas as empresas. Na verdade, propósitos são tão numerosos e variados quanto organizações. Cada negócio tem de se empenhar para descobrir o seu a fim de cumpri-lo de maneira consciente.
Os pilares cuidam da responsabilidade socioambiental de uma empresa, que pode estar no mundo de forma consciente. Assim, multiplica-se a certeza de que é possível experimentar um excelente desempenho financeiro, ao mesmo tempo em que prioriza a inovação, a criatividade e o bem-estar da equipe, stakeholders e clientes. É uma oportunidade de criar valor social, cultural, intelectual, ecológico, emocional para investidores de forma genuína.
E, como falamos no artigo sobre ESG, não é mais uma tendência a presença de responsabilidade socioambiental nas empresas, mas uma realidade. Até 2025, 57% dos ativos de fundos mútuos no continente europeu estão em fundos que cuidam dos critérios ESG, representando quase 9 trilhões de dólares em relação a 15% do final de 2020. As diretrizes pautas no meio ambiente, nas pessoas e na gestão já são realidade do mercado financeiro.
Em 1º de Janeiro de 2015 nascia o Menos 1 Lixo, um desafio pessoal da Fe Cortez, de produzir menos lixo e provar que atitudes individuais somadas constroem um mundo mais sustentável.