A bicicleta e a emancipação das mulheres

A bicicleta e a emancipação das mulheres

Publicado em:
22/9/2018
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Dia 22 de setembro é o Dia Mundial sem Carro, pensado pra estimular a galera a repensar o nosso uso excessivo de automóveis e como eles trazem questões importantes pro meio ambiente e pra nossa saúde. O carro certamente foi um grande avanço na mobilidade urbana e no acesso a grandes distâncias, mas tudo que é muito… também impacta muito o planeta.

Todo mundo sabe os benefícios de andar de bike ou caminhar por aí, mas não é sobre isso que a gente quer falar hoje. Assim como o automóvel trouxe uma emancipação da população, que agora pode circular quando e onde quiser, antigamente foi a bicicleta quem teve esse protagonismo. E muito mais do que a mobilidade urbana, a bike foi revolucionária pro empoderamento das mulheres. Você sabia disso? Vamos começar do começo.


A modernidade é pautada pelas revoluções e tem seu estopim com o desenrolar da mãe de todas elas: a Revolução Francesa, que derrubou o Antigo Regime com reis e rainhas propôs novas maneiras de gerir a sociedade. E a bicicleta surgiu nessa época. Ela garantiu uma mobilidade absurda, já que todas as pessoas agora pedalavam livremente, participavam e promoviam encontros, onde quisessem e com quem quisessem. E a cidade foi se transformando em um ambiente mais democrático.

O despertar provocado pelas revoluções também aconteceu com as mulheres, que deram início às pequenas transformações do mundo feminino. O próprio Dia Internacional da Mulher e as lutas pela igualdade explodiram no século XIX. A bicicleta foi uma ferramenta importante nesse processo, porque garantiu liberdade de deslocamento pra elas, já que no geral, as mulheres não podiam circular sem acompanhamento e precisavam se deslocar naquelas carroças imensas. Só pra você ter uma ideia, a primeira carteira de motorista conquistada por uma mulher no Brasil foi na década de 1930. Então dá pra entender a força que a bike trouxe pra vida das moças, né?

Deixa eu te contar o que eu penso da bicicleta. Ela faz muito mais pela emancipação da mulher do que qualquer outra coisa no mundo. Dá às mulheres uma sensação de liberdade e autoconfiança. Eu fico de pé e amo toda vez que vejo uma mulher andando em uma roda: é a imagem da feminilidade livre e desimpedida.

Susan Anthony, líder do movimento feminista norte-americano.

Claro que isso assustou muito a galera que era contra os direitos de igualdade das mulheres, né? Os médicos passaram a dizer que pedalar faria mal a saúde delas, podendo até deixá-las inférteis. Em uma época em que ser mulher significava essencialmente ser mãe e esposa, era uma informação bem poderosa e desmobilizadora. Nos EUA, a bike teve sua imagem atrelada à nova mulher e ao novo mundo em que ela se inseria, na contestação desse modus operandi da sociedade tradicional. E sabe o que é mais bacana? A bicicleta permitiu que elas revolucionassem também as suas roupas, eliminando aqueles espartilhos apertados e vestidos pesados. Agora elas usavam as calças bloomers, as primeiras calças usadas pelas mulheres e foi uma das tentativas de reformulação do guarda-roupa das moças do XIX.

Só por tudo isso já é bem bacana valorizar a mobilidade por transportes não motorizados, como a boa e velha bicicleta. E as mulheres continuam arrasando e se empoderando nesse sentido. Essa semana saiu a notícia de que uma mulher americana quebrou o recorde de velocidade no ciclismo. Denise Mueller-Korenek, de 45 anos, superou a marca já consolidada por um homem há 23 anos e conseguiu pedalar 296 km/h.

A bicicleta é uma ferramenta de mobilidade incrível e hoje, dois séculos depois de tudo isso, ela ainda é uma recuperação da autonomia feminina. Pensa nisso! E vamos juntxs cohabitar em um mundo mais limpo e acessível pra todo mundo. Pra fechar, a gente indica um vídeo lindo da Fe Cortez falando sobre como e por que andar de bike é um ato político:






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