Tá rolando em outubro o Sínodo da Amazônia no Vaticano, uma assembléia entre bispos do mundo todo (especialmente da região amazônica) e o Papa que foi convocada em 2017 e proposta para iniciar uma ação em defesa desse território. A promessa do encontro é que sejam pensados novos caminhos para a igreja e para a ecologia integral que englobam desde a proteção das comunidades indígenas e ribeirinhas até o aquecimento global.
Uma das principais falas do Papa Francisco durante a cerimônia, pra mim, foi: "Nos aproximamos dos povos amazônicos na ponta do pé, respeitando sua história, suas culturas. Eles possuem uma sabedoria própria, consciência de si. Os povos têm um sentir, uma maneira de ver a realidade, uma história". Que oportunidade incrível e histórica da gente testemunhar a caminhada de um Papa tão aberto e visionário! Imagino que ele não poderia prever o quanto seria FUNDAMENTAL a realização desse encontro logo agora.
E lá, o Papa Francisco e os bispos receberam copinhos do Menos 1 Lixo, um agente de transformação que traz a potência da regeneração no ato da recusa dos descartáveis.
Parece que por lá no Vaticano tem se falado muito sobre AMAZONIZAR, sobre adotar novos modos de vida diante de um modelo predominante de desenvolvimento. Não é só a posição final do papa que importa, mas é todo o debate amplo das questões socioambientais na Amazônia que vai fomentar mudanças dentro da Igreja.
Quem vai, afinal, gerar alguma revolução no planeta é o indivíduo. Mas a Igreja é, ainda, uma das maiores instituições formadoras de opinião globalmente. Então, como indivíduos, cristãos, ateus ou de qualquer vertente de credo, a gente precisa recuperar o verdadeiro sentido da vida e criar novas formas de relação com a Natureza, entendendo de uma vez por todas a nossa interdependência, que somos parte de uma rede e não senhores absolutos. Não podemos brincar de deuses!
Entendo que estamos em um momento crucial para a sobrevivência humana, que está intimamente ligada a uma revisão dos valores que motivaram nossa sociedade nos últimos séculos. O caminho que trilhamos até aqui teve a força e participação dos grupos econômicos e religiosos que sempre estiveram no poder, e por este motivo um posicionamento da Igreja Católica acerca da preservação ambiental e mais profundamente do respeito à vida e às tradições dos povos originários da América Latina e da Floresta Amazônica pode significar uma profunda revolução na forma como os humanos se vêem e se relacionam entre si e com a Natureza.
Neste momento de tanta polarização e ódio por toda parte, a mensagem de amor se faz mais necessária do que nunca, e principalmente amor à Gaia, nossa Grande Mãe que manifesta no plano terrestre toda a abundância e a magia da criação.
Que haja muita luz em torno das reflexões que serão levantadas nesse encontro e que dele possa sair uma nova consciência da Igreja e de todos os habitantes do planeta para a criação de uma cultura de regeneração.
Em 1º de Janeiro de 2015 nascia o Menos 1 Lixo, um desafio pessoal da Fe Cortez, de produzir menos lixo e provar que atitudes individuais somadas constroem um mundo mais sustentável.