A embalagem ainda é um dos grandes símbolos do consumo consciente (e não consciente). A gente bate muito na tecla das sacolinhas plásticas, tão necessárias e utilizadas na nossa rotina, mas elas são péssimas pro meio ambiente e existem muitas alternativas para diminuir esse impacto. Essa semana, na websérie “Dicas da Fe Cortez”, a Fe falou sobre compras a granel e mostrou tudo o que ela usa pra ir à feira ou aos mercadinhos que vendem grãos e alimentos por peso. Dá um play pra conferir:
Os mercados sem embalagem podem vir a ser uma ótima tendência pro futuro e a gente torce por isso. Ano passado, a Fe foi ao Original Unverpackt, um mercado (o nome já diz, “original sem embalagem”) em Berlim, na Alemanha, que aboliu qualquer embalagem descartável na hora de fazer as compras. E aí, como faz? A Fe mostra tudinho no vídeo:
Embora tenha sido inaugurado em 2014, o projeto teve início em 2012: as amigas Milena Glimbovski e Sarah Wolf tiveram a ideia quando se incomodaram com o uso excessivo de embalagens plásticas para preparar uma refeição. O projeto ganhou o prêmio de Melhor Ideia e Marketing em um concurso alemão em 2013 e, um ano depois, as meninas conseguiram atingir o investimento necessário para colocar o projeto em prática através de uma campanha de crowdfounding. Mas o OU não foi o único. Em Londres, Catherine Conway abriu o Unpackeged em 2006 pensando na maneira mais sustentável de vender os alimentos de seu mercadinho, eleito um dos 500 serviços essenciais da cidade. O mercado vende produtos orgânicos e ecossustentáveis como óleos, frutas secas, queijos e pãezinhos.
Em Paris, a Bicoop 21 aberta em 2015, foi pensada aos moldes do mercado berlinense. Ela vende cerca de 250 produtos, de iogurte ao arroz, todos orgânicos, a granel e feito por produtores locais. A ideia era fechar a lojinha em dezembro do mesmo ano, mas fez tanto sucesso que está aberta até hoje.
Lisboa também aderiu à ideia: o Maria Granel, com produtos exclusivamente de agricultores orgânicos portugueses. O site é super bonitinho (e em português!), vale a pena dar uma olhada. Eles assumem um compromisso com a natureza e com as pessoas, fornecendo alimentos livres de agrotóxicos, estimulando a não produção de lixo descartável e do desperdício de comida.
No Brasil, a gente já tem alguma coisa parecida, mas nenhum mercado que se propõe a não vender produtos em embalagens descartáveis. Em São Paulo, o supermercado Pão de Açúcar, na avenida Ricardo Jafet, adotou a campanha "Reutilizar #pra ser feliz", experimentando a prática de vender a granel e incentivar os clientes que levem suas próprias embalagens reutilizáveis ou compre as disponíveis no supermercado.
Também em São Paulo, a rede alemã Vom Fass comercializa cerca de cem produtos a granel como azeites, vinagres, óleos e condimentos, tudo no esquema da embalagem reutilizável. No Brasil existem muitos mercadinhos a granel e vários deles também na capital paulista, na Zona Cerealista, uma região perto do Mercado Municipal que é entendida como o paraíso dos cereais. Lá se concentram várias lojinhas pra todos os gostos, produtos fresquinhos e tudo sob medida.
No Rio, as Casas Pedro são as mais visitadas pelos cariocas, também com uma variedade incrível de produtos frescos e a granel. Nelas e na Zona Cerealista, se você não levar sua embalagem eles usam as descartáveis, mas isso não é problema! É só você fazer a sua parte, certo? Você pode tomar a iniciativa de fazer das suas compras sem embalagens descartáveis, contribuindo pra um planeta muito mais saudável. Não faz sentido levar pra casa um plástico que você provavelmente vai jogar fora, se você pode não fazer isso: estima-se que 35% dos plásticos sejam jogados no lixo depois de 20 minutos de uso. Faça do seu consumo um consumo consciente e adote corresponsabilidade. É claro que um mercado sem embalagens é o ideal, mas se você levar as suas próprias e recusar os plásticos... bom, não é a mesma coisa? Seja responsável pelo seu lixo e vamos mudar os nossos hábitos pra pensar no futuro .
Em 1º de Janeiro de 2015 nascia o Menos 1 Lixo, um desafio pessoal da Fe Cortez, de produzir menos lixo e provar que atitudes individuais somadas constroem um mundo mais sustentável.