O Manifesto

O Manifesto

Publicado em:
30/11/2014
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MENOS 1 LIXO 

“salvando o planeta 1 copinho por vez” 

Há quase dois anos, assisti a um filme que mudou minha vida. Eu não achava que um filme poderia mudar a vida de ninguém, mas sim, isso também pode acontecer com você. 

O filme em questão — um documentário, na verdade — chama-se “Trashed: para onde vai nosso lixo”. Nele, Jeremy Irons percorre diversos lugares do planeta atrás da resposta de uma pergunta que quase nunca nos fazemos: para onde vai o resto de tudo que eu consumi? E quando eu falo tudo, é tudo mesmo: desde um simples guardanapo de papel até os gases emitidos pela indústria. Qualquer coisa! O filme é muito impactante e mexeu comigo num grau que eu nunca imaginaria. O que mais me impressionou foi a quantidade de plástico descartada no mundo e que acaba nos oceanos. Sim, aquela história da ilha de plástico no Pacífico, que deve ter duas vezes o tamanho do Estado de São Paulo, existe e é formada por 4 milhões de toneladas de plástico. Mais do que isso: grande parte dos peixes e frutos do mar que eu, tu e eles consomem no mundo têm micropartículas de plástico. Vou repetir: grande parte dos peixes e frutos do mar que nós comemos têm plástico! Isto significa que quando você come aquele atum maravilhoso num restaurante caro — além do mercúrio, que já sabemos — você pode estar ingerindo micropartículas de plástico. E estes detritos matam aves, tartarugas, peixes... e você! 

Saí do filme revoltada, puta mesmo com o governo que não recicla. Amaldiçoando a máfia que joga o lixo em países menos desenvolvidos (aquela outra história dos contêineres de lixo hospitalar que são despachados dos ricos para os pobres — sim, leitor, isto também é verdade). Repudiando o american way of life que prega esse consumo sem fim e sem consciência.

Depois da mega revolta pensei: “Tá: mas o que eu posso fazer pra reverter isso?” Porque se ficar esperando a reciclagem do lixo no Rio aumentar de 3% para 80%, como é em São Francisco, eu tô ferrada. E quem me conhece minimamente sabe que esse lance de esperar o outro fazer não é comigo. Sou mão na massa mesmo! 

Daí veio uma ideia SIMPLES de como mudar a MINHA parte nesse descarte louco que vemos por aí. Porque eu, tu e eles fomos acostumados a um modelo de vida em que tudo é descartável. E nem vou me aprofundar em como descartamos pessoas, momentos e que tais; vamos focar aqui no descarte de coisas, toda sorte de coisas, toda sorte de lixo. Coisas a princípio inofensivas como uma sacolinha de plástico pequeníssima que dão para a gente quando compramos uma aspirina na farmácia. Que se torna lixo. Mais um lixo. 

Pois então: como podemos produzir MENOS um lixo? Mudando simples hábitos, claro! Jogando menos coisa fora, literalmente. Já que a minha cidade não recicla, o lance não é jogar na lata de lixo certa — que já é um superavanço, vamos combinar.  A grande sacada é jogar MENOS COISA FORA. Meu clique foi entender que a grande questão é produzir MENOS um lixo. Unzinho, um simples lixo a menos, faz uma GRANDE diferença A MAIS. Imagina se todos os habitantes do Rio de Janeiro jogassem menos uma garrafa PET por dia no lixo. Seriam mais de 1,5 toneladas a menos de plástico descartado naquele dia. 

Tá: então o lance é produzir MENOS um lixo. Mas que lixo? Lembrei dos peixinhos no mar com a barriga cheia de tampinhas de plástico e das tartarugas que morrem asfixiadas com sacos plásticos enrolados na cabeça — aquele inofensivo saquinho da aspirina, sabe? Tipo ele! E decidi: vou diminuir ao máximo o uso de copo descartável. Porque eu posso sim levar uma garrafa pra academia, e, mais do que isso, posso andar com um copo na minha bolsa! E aí fui atrás “do copo”, e lembrei daqueles que a gente usava em São Lourenço e Caxambu antigamente pra beber a água das fontes, sabe qual? 

Se você é da minha geração ou mais antiga, vai lembrar. Entrei na internet, procurei e achei uma versão moderna deles. Comprei 20 copinhos retráteis de metal, e passei a andar com o meu na bolsa. Minha ideia era contar quantos copos de plástico eu deixaria de jogar fora depois de um ano usando o meu tipo portátil. E para ajudar a inspirar outras pessoas que querem fazer MAIS COM MENOS (e não sabem por onde começar), imaginei que documentar isso tudo num diário virtual seria uma boa.

E desde então meu copinho tem me acompanhado, há quase dois anos. Acabei não criando o diário na época, porque sempre tinha um projeto, um cliente, um problema urgente para resolver. Mas comecei a prestar mais atenção no descarte de tudo à minha volta — tudo mesmo: do uso exacerbado de papel toalha que o povo seca o rosto na aula de running na academia, até a máxima: “mais barato jogar fora do que consertar sua geladeira”. Oi?!?

E hoje, com muita alegria, eu lanço OFICIALMENTE o projeto “Menos 1 Lixo”, uma forma de contabilizar quantos copinhos plásticos deixarei de usar durante um ano. Ou, em outras palavras, quanto lixo deixarei de descartar neste tempo. É um diário virtual despretensioso — não sou estudiosa do tema, engenheira ambiental, nem ecochata. Sou apenas uma pessoa engajada em preservar o planeta com uma ideia de como fazer a minha parte sem esperar o outro mudar. Vamos fazer e acontecer.

E convido a todos — tu, ele, o vizinho, vós — a pensarem e a participarem deste movimento, um movimento de conscientização para cuidarmos mais do planeta em que eu quero viver hoje e que eu quero ver vivo amanhã.

Quantos peixes a gente quer matar ou deixar vivos? Em que cachoeira eu quero mergulhar? De que forma simples e fácil eu posso contribuir pra um mundo mais preservado, mais harmônico, mais feliz?

Vem comigo! Vamos juntos produzir menos lixo, menos 1 que seja, pra ter mais qualidade de vida, mais natureza, mais recursos pra produzir mais felicidade — que é o que conta! Porque somando o 1 de todo mundo chegaremos a 1 milhão, 1 bilhão, 1 trilhão de anos a mais para o planeta. E isto é muita coisa!!

Meu nome é Fe Cortez e eu sonho com meu planeta com Menos 1 Lixo!

#menos1lixo

Fe Cortez
Por:
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Sobre o movimento

Em 1º de Janeiro de 2015 nascia o Menos 1 Lixo, um desafio pessoal da Fe Cortez, de produzir menos lixo e provar que atitudes individuais somadas constroem um mundo mais sustentável.

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