O Carnaval que tortura animais pela beleza

O Carnaval que tortura animais pela beleza

Publicado em:
10/2/2020
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Ufa! A maratona carnavalesca passou e as escolas de samba na avenida também. A Mancha Verde em São Paulo e a Mangueira no Rio deram um show de representatividade, resistência e alegria. Quem vai à Sapucaí assistir ao desfile certamente se emociona com as cores, os sambas e as fantasias que passam em harmonia com as alegorias. Mas você já parou pra pensar de onde vem todas as plumas e penas dessas fantasias? Especialmente as que enfeitam as musas, passistas e rainhas de bateria? Vamos conversar sobre isso?

Ilustração por Luis Faus

Pavões, gansos, patos, avestruzes e faisões que têm suas penas e plumas comercializadas pra indústria carnavalesca são criados na China, na Índia e na África do Sul. O Brasil é, claro, o maior consumidor desse comércio no mundo. Só as escolas dos grupos especiais do Rio e São Paulo, são responsáveis pela importação de 3 toneladas de penas.

Cada escola usa, em média, de 70 a 150 kg de penas e pra cada quilo, pelo menos 2 animais sofrem no processo.

E como sofrem! A técnica mais conhecida é chamada de zíper, pelo movimento semelhante de abrir um zíper na hora de arrancar as penas. As aves são imobilizadas, ainda vivas, enquanto as penas são arrancadas. Depois, os bichinhos são expostos ao sol e sofrem infecções ao fim do processo. E elas se debatem tanto que são capazes de provocar fraturas. Um avestruz pode fica até 40 anos sofrendo com essa demanda carnavalesca e 20% das plumas de um animal são destinadas só pro carnaval e os outros 80% pra produção de espanadores.

E é muito caro, viu? 1 kg de de pena custa, em média, R$ 2500 e cada pena de faisão, R$ 100.

Precisamos falar sobre os maus tratos aos animais durante o carnaval.

Uma festa tão simbólica e representativa da cultura brasileira não pode ser a que mais humilha, machuca e tortura animais pra garantir fantasias exuberantes. Pra que? A que custo? É fundamental transferirmos também a nossa preocupação pras avenidas. A rainha de bateria do Salgueiro, Viviane Araújo, por exemplo, usou cabelo natural humano no lugar de penas de animais que sofreram maus tratos. Carnaval é tempo de alegria, empatia e criatividade. Vamos repensar nossa admiração dos animais nessa conta?

Menos 1 Lixo
Por:
meio
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