Muito frio e aquecimento global?

Muito frio e aquecimento global?

Publicado em:
21/7/2019
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No primeiro domingo de julho de 2019, o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro, filho do atual presidente do Brasil, publicou um tweet que gerou muuuuuitas polêmicas:

Diversos especialista e ambientalistas se manifestaram em relação à publicação nas redes sociais do vereador e nós precisamos falar sobre o erro gravíssimo na confusão de dias frios e a negação do caos climático que estamos promovendo no planeta.

Bom, pra começar, “estar quente” ou “estar frio” diz respeito ao tempo e são circunstâncias de curto prazo que variam entre dias ou semanas. O aquecimento global é sobre o clima e uma questão de longo prazo, baseada em diferentes variações climáticas e cálculos globais feitos por especialistas na área. Ou seja, quando os cientistas falam em clima, eles estão se referindo à situação do planeta todo ao longo do tempo. Então estar mais frio em determinada época do ano em um lugar específico nada tem a ver com a inexistência de uma mudança climática trágica que estamos estimulando no mundo.

E você sabe exatamente o que é o aquecimento global? Segundo o WWF Brasil, o fenômeno tem relação com o aumento da temperatura média dos oceanos e da camada próxima à superfície da Terra, que pode ser consequência de causas naturais ou humanas. Acontece pela massiva emissão de gases de efeito estufa, em especial o dióxido de carbono ou CO2. 

Maaas, como a gente já sabe (e muito!), as nossas atividades aqui no planeta influenciam MUITO o aquecimento global. Segundo a ONU, as atividades industriais têm sido a causa dominante do caos climático (porque, vamos combinar que não faz o menor sentido em falarmos em mudanças, né?) desde os anos 1920 e as concentrações atmosféricas de gases de efeito estufa, que apresentam níveis nunca antes vistos em 800 mil anos, devem perpetuar por séculos. Se é a longo prazo, não tem nada a ver com a condição de “estar” frio ou calor. 

Além disso, O Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), órgão das Nações Unidas, afirma que há 90% de certeza que o aumento de temperatura na Terra está sendo causado pela ação do homem. Mas o que que a gente faz por aqui que contribui tanto para isso? A queima de combustíveis fósseis para geração de energia, atividades industriais de transporte, a conversão do uso do solo, a agropecuária, o descarte indevido de resíduos sólidos e o desmatamento são as operações que mais auxiliam na emissão de gases de efeito estufa.

Ilustração: Ana Hard

As principais consequências disso é o derretimento de geleiras, a elevação do nível do mar e o desaparecimento de ilhas e algumas cidades litorâneas. Também há previsão de uma maior ocorrência de eventos extremos climáticos, como tempestades tropicais, inundações, ondas de calor, seca, nevascas, furacões, tornados e tsunamis, que a gente já sabe que têm graves consequências para populações humanas e ecossistemas naturais. 

Esses desastres podem ocasionar a extinção de espécies de animais, de plantas e jájá chega na humanidade! Segundo um estudo feito pela Breakthrough National Centre for Climate Restoration de Melbourne, se as coisas continuarem assim, a Terra deve aquecer 3ºC até 2050, o suficiente para acabar com a humanidade!

E sabe aquele plastiquinho descartável que você ainda usa e acha que não faz mal a ninguém? Segura essa: ele é um dos agravantes do aquecimento do planeta. Os plásticos mais simples liberam gases de efeito estufa a medida que eles se decompõem, e isso se potencializa se eles estão no oceano: metano e etileno são liberados na atmosfera, contribuindo para mudanças climáticas e apresentando riscos à saúde humana. 

A esse ponto, você já deve ter entendido que afirmação feita por Carlos Bolsonaro não tem lógica nenhuma, né? Inclusive, ele ignora descobertas científicas. Mas ele não é o primeiro a fazer esse tipo de comentário. Outros filhos do presidente já negaram diversas vezes a existência do aquecimento global. O próprio Jair Bolsonaro, quando assumiu o governo, ameaçou retirar o Brasil do Acordo de Paris, um tratado que visa diminuir a emissão de gases de efeito estufa.

(Não) coincidentemente, o presidente dos Estados Unidos Donald Trump postou em seu Twitter um comentário beeem parecido com o do nosso vereador: “Se o mundo está ficando mais quente, por que, então, está fazendo tanto frio nos EUA?” Esse mesmo político, retirou os EUA do pacto global pelo clima em 2017.

Não dá mais pra negar. A ocorrência de desastres “naturais” como terremotos, furacões e tsunamis é cada vez mais comum e são cada vez mais devastadores. Segundo a estimativa do serviço meteorológico do Reino Unido (Met Office), o período de 2014 a 2023 será o mais quente em 150 anos de registro. E nós precisamos tomar consciência desse problema para que iniciativas para resolvê-lo comecem a surgir. 

A Fe Cortez fez um vídeo bem completo sobre as mudanças climáticas, o aquecimento global e o efeito estufa: 


Thais Pitombo
Por:
meio
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Em 1º de Janeiro de 2015 nascia o Menos 1 Lixo, um desafio pessoal da Fe Cortez, de produzir menos lixo e provar que atitudes individuais somadas constroem um mundo mais sustentável.

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