Dia Mundial do Meio Ambiente: será que há motivos para comemorar?

Dia Mundial do Meio Ambiente: será que há motivos para comemorar?

Publicado em:
31/5/2017
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Aqui no Menos 1 Lixo a gente sempre fala de forma positiva sobre o que nós, indivíduos, sociedade civil, podemos fazer para contribuir para a preservação ambiental. Desde que eu comecei a estudar sobre sustentabilidade, e mudei minha vida, vejo cada vez mais iniciativas como o menos 1 lixo, uma tomada de consciência maior em relação à responsabilidade de cada um, pessoas militando por causas que acreditam.

E essa atitude é cada vez mais necessária.

No entanto, 2017 é um ano bem desafiador para o Brasil e o mundo. Há exatos 45 anos, dia 05 de junho começava em Estocolmo, na Suécia, a primeira Conferência Internacional sobre o Meio Ambiente, criada pela ONU a partir do relatório “Limites do Crescimento” redigido pelo Clube de Roma. Esse relatório mapeava as ameaças ambientais resultantes da poluição e do uso desmedido e sem controle dos recursos naturais que surgiram pós revolução industrial. Essa conferência foi bem polêmica, e dividida entre países que apoiavam o desenvolvimento zero (leia-se desenvolvidos) e os que integravam a bancada que defendia o “desenvolvimento a qualquer custo”, leia-se os subdesenvolvidos.

Não preciso nem dizer que o Brasil, sabendo de todas as ameaças, integrava o time do desenvolvimento a qualquer custo. Ah, mas estamos falando aqui de 45 anos atrás, de uma ditadura militar, de uma época de informação controlada, sem internet, de uma Baía de Guanabara com cavalo marinho, golfinho e merlos. Já nessa data, o objetivo da ONU era que as pessoas prestassem atenção e se mobilizassem, tomassem a frente nessa agenda que é crucial para a vida.

Passados 45 anos, Rio 92, Rio +20, protocolo de Kyoto, COP-21, ainda precisamos mais do que nunca discutir o tema Meio Ambiente. No Brasil e no mundo.

Há cerca de um mês, o Senado Brasileiro aprovou duas medidas provisórias para alterar a Constituição diminuir as áreas de conservação no Pará em 1,1 milhão de hectares (MPs 756 e 758). Nossa bancada ruralista, que desde 75 defende a venda de nossos recursos para quem quiser pagar mais, conseguiu aprovar essa mudança numa das formas de preservação mais efetivas que temos hoje, as Unidades de Conservação. Só falta agora nosso presidente sancionar, e isso pode acontecer a qualquer momento. Eles aproveitam o momento caótico na política brasileira pra aprovar na calada da noite pautas como essa. Lembrando que nosso presidente tem como braço direito Eliseu Padilha, um dos maiores defensores dos interesses do agronegócio no Brasil. E que além de propor essa legalização do crime ambiental de desmatar a floresta, cortou em 51% os recursos do Ministério do Meio Ambiente em 2017.

Por outro lado, há sim que comemorar: temos hoje 10.000 sistemas de geração de energia solar instalados no Brasil, e isso em apenas 5 anos. Vemos iniciativas de países como a Noruega que se comprometeram com o desmatamento zero, ou seja, nenhuma de suas contratações públicas pode haver desmatamento de florestas tropicais. Vemos cidades como Copenhagen onde o sistema de transporte é de baixa emissão de carbono, focado no uso das bicicletas, cujo plano é 90% das viagens até 2025 na cidade feitas com esse meio de transporte. A COP-21 que teve um recorde de países signatários comprometidos a reduzir significativamente suas emissões.

Mas o que me dá mais esperança mesmo é acreditar na mudança de comportamento do indivíduo. Vejo surgirem cada vez mais iniciativas pelo mundo que partem de pessoas, de coletivos, e não de governos e empresas. Pessoas que já se deram conta que só vamos sobreviver se nos unirmos e sairmos da zona de conforto. Pessoas que entendem e acreditam no poder do indivíduo de transformar o sistema e a sociedade. E é com base nessas pessoas que eu acredito que temos sim o que comemorar: uma maior participação do cidadão na resolução dos problemas. Uma maior tomada de consciência por parte das pessoas de que os valores que baseamos nossa economia, e a sociedade, não fortalecem a vida. De que está na nossa mão, nos nossos gestos, na nossa voz e no poder da nossa carteira advogar a nossa causa. Como disse André Trigueiro em um texto dele recente:

  “Nada pode ser mais importante que a sobrevivência. Ainda há tempo”

E termino assim esse questionamento com um pedido de reflexão de quem leu esse texto até aqui: será que você já se deu conta do poder da sua voz e das suas atitudes para juntos garantirmos a nossa sobrevivência?

Que tal começar gravando um video, postando uma foto nas suas redes sociais integrando a campanha do Greenpeace e pedindo ao Temer #vetatudo #resista.

Pra qualquer jornada, o mais importante é dar o primeiro passo.

Eu sou a Fe Cortez e continuo sonhando com um mundo com menos lixo, e mais vida!

Menos 1 Lixo
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Em 1º de Janeiro de 2015 nascia o Menos 1 Lixo, um desafio pessoal da Fe Cortez, de produzir menos lixo e provar que atitudes individuais somadas constroem um mundo mais sustentável.

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